Boa tarde. Segue o texto sobre Literatura de Catequese. Daremos seguimento na aula de quarta, dia 18/09 sobre esse assunto. Tarefa no livro, pág. 186, 187 e 188. Segue também um texto falando sobre Pero de Magalhães Gândavo, para auxiliá-los na realização na tarefa da pág. 186.
OBS: Aproveitando o espaço, nas disciplinas de Literatura e Inglês postei atividades avaliativas na plataforma Edebê - T2, válidas a partir de hoje e que se encerrarão no dia 21/09.
QUINHENTISMO
BRASILEIRO
LITERATURA
DE CATEQUESE
Também chamada de “Literatura dos
Jesuítas ou Catequista”, representou uma categoria de textos elaborados durante
o movimento literário quinhentista.
Tal categoria literária de caráter
religioso, foi considerada uma das primeira manifestações literárias no Brasil,
explorada sobretudo pelos jesuítas, que eram membros religiosos da “Companhia
de Jesus”, enviados durante o período colonial com o intuito principal de
catequizar os índios.
A ideia central era obter mais fieis
para a Igreja Católica, uma vez que a Europa vinha sofrendo cada vez mais com a
Reforma Protestante (1517).
Embora se aproximassem da Literatura de
Informação, que representavam textos sobre as características das novas terras
descobertas pelos portugueses, a Literatura de Catequese foi escrita
exclusivamente pelos jesuítas, que eram encarregados de apresentar aos índios o
que os portugueses consideravam como o “correto”, sobretudo sobre os aspectos
da religião cristã.
Essa produção literária tinha o objetivo
de informar aos nobres portugueses e ao rei sobre a nova terra. Isso incluía
não somente as descrições do local, mas dos sujeitos com sua aparência,
estrutura social, rituais, etc.
Mais tarde, adquiriram um cunho
pedagógico e educacional. Vale destacar que, além do trabalho de catequese
realizado entre os índios, os jesuítas promoveram a educação no país, de forma
que fundaram os primeiros colégios no Brasil.
Principais
características:
Ø
Literatura
de caráter documental e religioso;
Ø
Crônicas
históricas de viagens, teatro pedagógico e poesia didática;
Ø
Textos
informativos e descritivos;
Ø
Linguagem
simples;
Ø
Temas
cotidianos e religiosos pautados na fundamentação religiosa cristã.
Principais
autores e obras:
1. José de Anchieta (1534-1597)
Precursor
do teatro no Brasil e figura principal da Literatura de Catequese, teve a
função de catequisar os nativos, defendendo-os contra os abusos dos
colonizadores portugueses. Historiador e padre jesuíta espanhol que escreveu
inúmeras obras didáticas refinadas, tais como: cartas (informativas sobre o
processo de catequese no Brasil), sermões, hinos, canções, poemas, monólogos em
latim e peças teatrais (conhecidos como “autos”, um gênero textual originado na
Idade Média) sobre o Brasil. Inspirava-se nos modelos medievais de conteúdo e
forma, fazendo uso de redondilhas em seus poemas.
Merecem
destaque: Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil; Poema à
Virgem; A cartilha dos nativos (gramática tupi-guarani); Auto da festa de São
Lourenço (auto).
Sua
obra foi totalmente publicada no Brasil na segunda metade do séc. XX.
2. Manuel da Nóbrega (1517-1570)
Jesuíta
e missionário português, chegou ao Brasil em 1549. Participou da primeira missa
realizada no Brasil e da fundação das cidades de Salvador e Rio de Janeiro. De
suas obras, destacam-se: Diálogo sobre a conversão do gentio; Caso de
consciência sobre a liberdade dos índios; Informação das coisas da Terra e
necessidade que há para bem proceder nela; Cartas do Brasil; Tratado contra a
Antropofagia e contra os cristãos seculares e eclesiásticos que a fomentam e a
consentem.
PERO DE
MAGALHÃES GANDAVO (1540 - 1579)
Historiador, gramático e cronista português do século XVI nascido em Braga, em
data ignorada, autor do primeiro manual ortográfico da língua portuguesa e da
primeira história do Brasil: História da Província de Santa Cruz que
vulgarmente chamamos Brasil (1576), citando pela primeira vez o termo Brasil com
referência a nova terra.
História da Província de Santa Cruz que
vulgarmente chamamos Brasil (1576) - O livro aborda uma série
de aspectos locais. A fauna (o papa-formigas,
o tatu,
uma série de aves, insetos e peixes exóticos) que era, em boa parte,
desconhecida dos europeus, é descrita com espanto, estranheza e maravilha.
Chega mesmo a descrever suposto monstro marinho que teria aparecido na capitania de São Vicente e sido morto
pelos portugueses da localidade.
As
plantas da colónia merecem também a sua atenção. A que descreve com maior
cuidado é a mandioca, incluindo as características de cada parte da planta
e suas utilidades.
Além
da fauna e
da flora,
relata a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, os primórdios da
colonização, as diversas tribos indígenas e as capitanias em
que se dividia o território brasileiro. Traça, por fim, um retrato das
potencialidades que a terra reservava aos portugueses, a vastidão do território
e seus recursos económicos.
Descreveu plantas, especialmente a mandioca,
assinalando as suas utilidades, assim como as características de cada parte da
planta. Também descreveu uma série de aspectos locais como os animais, que eram
em boa parte desconhecidos dos europeus, como o papa-formigas e o tatu, e uma
série de aves, insetos e peixes exóticos.
Em Dos Bichos da Terra, um capítulo do volume intitulado Tratado
da Terra do Brasil (1576) ele publicou, em linguagem atualizada: Também
há muita infinidade de mosquitos, principalmente ao longo de algum rio entre
umas árvores que se chamam mangues, não pode nenhuma pessoa esperá-los; e pelo
mato quando não há viração são muito sobejos e perseguem muito a gente ... .
Em outra passagem: ... chamam peixes bois, os quais são tão grandes que
os maiores pesam quarenta, cinqüenta arrobas. Têm o focinho como o de boi e
dois cotos com que nadam à maneira de braços. As fêmeas têm duas tetas, com o
leite das quais se criam os filhos. O rabo é largo, rombudo, e não muito
comprido, não têm feição alguma de nenhum peixe, somente na pele quer se
parecer com toninha.
Em História da Província Santa Cruz escreveu que depois que o
pau da tinta começou a chegar ao reino chamaram de Brasil à
província de Santa Cruz e que chamaram de Brasil por ser
vermelho e ter semelhança de brasa e daqui ficou esta terra com este nome.
Morreu em Portugal, em local incerto.
Sabe-se pouco sobre Pero
de Magalhães de Gândavo. Nasceu em Braga, norte de Portugal, a cidade da
antiquíssima Sé. Tem este nome porque sua família veio de Gand, próspera cidade
flamenga de Flandres (hoje Bélgica). Foi amigo de Luís de Camões. Era
latinista. Escreveu uma gramática com regras da língua portuguesa.
Pero teria
estado no Brasil na década de 1560. Em 1576 entregou a uma tipografia o que foi
a terceira e definitiva versão de "História da Província de Santa Cruz a
que vulgarmente chamamos Brasil". Esta obra é considerada a primeira sobre
a história do Brasil. Nome que, aliás, detestava, por julgar sua referência à
mera tintura.
Escreveu o
Tratado da Província do Brasil e o Tratado da Terra do Brasil com a finalidade
de estimular a emigração portuguesa. Os dois textos foram reunidos mais tarde
na História da Província de Santa Cruz.
Gândavo é o primeiro a falar em
cabreúvas, árvores perfumadas, e no caju, fruta de "muito sumo" e que
se come "pela calma (hora da sesta)". Descreve a banana trazida da
ilha de São Tomé, que tem a feição de pepinos e uma pele ainda mais dura do que
a do figo. É "mui saborosa" mas quem "se desmanda nela"
está sujeito a danos à saúde e febre. Evita gratuidades. De cada coisa que
descreve fala de sua utilidade.
Os bichos são curiosos e
assustadores. Chama onças pintadas de "tigres", espanta-se com tatus,
tamanduás, capivaras e macacos com barbas de homem. Os anapurus, papagaios
multicoloridos descritos também por outros viajantes, eram abundantes. Sumiram.
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