segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Literatura de Catequese

Boa tarde. Segue o texto sobre Literatura de Catequese. Daremos seguimento na aula de quarta, dia 18/09 sobre esse assunto. Tarefa no livro, pág. 186,  187 e 188. Segue também um texto falando sobre Pero de Magalhães Gândavo, para auxiliá-los na realização na tarefa da pág. 186.
OBS:  Aproveitando o espaço, nas disciplinas de Literatura e  Inglês postei atividades avaliativas na plataforma Edebê - T2, válidas  a partir de hoje e que se  encerrarão no dia 21/09.  


QUINHENTISMO BRASILEIRO

LITERATURA DE CATEQUESE
Também chamada de “Literatura dos Jesuítas ou Catequista”, representou uma categoria de textos elaborados durante o movimento literário quinhentista.
Tal categoria literária de caráter religioso, foi considerada uma das primeira manifestações literárias no Brasil, explorada sobretudo pelos jesuítas, que eram membros religiosos da “Companhia de Jesus”, enviados durante o período colonial com o intuito principal de catequizar os índios.
A ideia central era obter mais fieis para a Igreja Católica, uma vez que a Europa vinha sofrendo cada vez mais com a Reforma Protestante (1517).
Embora se aproximassem da Literatura de Informação, que representavam textos sobre as características das novas terras descobertas pelos portugueses, a Literatura de Catequese foi escrita exclusivamente pelos jesuítas, que eram encarregados de apresentar aos índios o que os portugueses consideravam como o “correto”, sobretudo sobre os aspectos da religião cristã.
Essa produção literária tinha o objetivo de informar aos nobres portugueses e ao rei sobre a nova terra. Isso incluía não somente as descrições do local, mas dos sujeitos com sua aparência, estrutura social, rituais, etc.
Mais tarde, adquiriram um cunho pedagógico e educacional. Vale destacar que, além do trabalho de catequese realizado entre os índios, os jesuítas promoveram a educação no país, de forma que fundaram os primeiros colégios no Brasil.

Principais características:
Ø  Literatura de caráter documental e religioso;
Ø  Crônicas históricas de viagens, teatro pedagógico e poesia didática;
Ø  Textos informativos e descritivos;
Ø  Linguagem simples;
Ø  Temas cotidianos e religiosos pautados na fundamentação religiosa cristã.

Principais autores e obras:
1.      José de Anchieta (1534-1597)
Precursor do teatro no Brasil e figura principal da Literatura de Catequese, teve a função de catequisar os nativos, defendendo-os contra os abusos dos colonizadores portugueses. Historiador e padre jesuíta espanhol que escreveu inúmeras obras didáticas refinadas, tais como: cartas (informativas sobre o processo de catequese no Brasil), sermões, hinos, canções, poemas, monólogos em latim e peças teatrais (conhecidos como “autos”, um gênero textual originado na Idade Média) sobre o Brasil. Inspirava-se nos modelos medievais de conteúdo e forma, fazendo uso de redondilhas em seus poemas.
Merecem destaque: Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil; Poema à Virgem; A cartilha dos nativos (gramática tupi-guarani); Auto da festa de São Lourenço (auto).
Sua obra foi totalmente publicada no Brasil na segunda metade do séc. XX.

2.      Manuel da Nóbrega (1517-1570)
Jesuíta e missionário português, chegou ao Brasil em 1549. Participou da primeira missa realizada no Brasil e da fundação das cidades de Salvador e Rio de Janeiro. De suas obras, destacam-se: Diálogo sobre a conversão do gentio; Caso de consciência sobre a liberdade dos índios; Informação das coisas da Terra e necessidade que há para bem proceder nela; Cartas do Brasil; Tratado contra a Antropofagia e contra os cristãos seculares e eclesiásticos que a fomentam e a consentem.

                   PERO  DE  MAGALHÃES  GANDAVO  (1540 - 1579)


     Historiador, gramático e cronista português do século XVI nascido em Braga, em data ignorada, autor do primeiro manual ortográfico da língua portuguesa e da primeira história do Brasil: História da Província de Santa Cruz que vulgarmente chamamos Brasil (1576), citando pela primeira vez o termo Brasil com referência a nova terra.
  História da Província de Santa Cruz que vulgarmente chamamos Brasil (1576) - O livro aborda uma série de aspectos locais. A fauna (o papa-formigas, o tatu, uma série de aves, insetos e peixes exóticos) que era, em boa parte, desconhecida dos europeus, é descrita com espanto, estranheza e maravilha. Chega mesmo a descrever suposto monstro marinho que teria aparecido na capitania de São Vicente e sido morto pelos portugueses da localidade.
As plantas da colónia merecem também a sua atenção. A que descreve com maior cuidado é a mandioca, incluindo as características de cada parte da planta e suas utilidades.
Além da fauna e da flora, relata a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, os primórdios da colonização, as diversas tribos indígenas e as capitanias em que se dividia o território brasileiro. Traça, por fim, um retrato das potencialidades que a terra reservava aos portugueses, a vastidão do território e seus recursos económicos.
 Descreveu plantas, especialmente a mandioca, assinalando as suas utilidades, assim como as características de cada parte da planta. Também descreveu uma série de aspectos locais como os animais, que eram em boa parte desconhecidos dos europeus, como o papa-formigas e o tatu, e uma série de aves, insetos e peixes exóticos. 
     Em Dos Bichos da Terra, um capítulo do volume intitulado Tratado da Terra do Brasil (1576) ele publicou, em linguagem atualizada: Também há muita infinidade de mosquitos, principalmente ao longo de algum rio entre umas árvores que se chamam mangues, não pode nenhuma pessoa esperá-los; e pelo mato quando não há viração são muito sobejos e perseguem muito a gente ... . 
      Em outra passagem: ... chamam peixes bois, os quais são tão grandes que os maiores pesam quarenta, cinqüenta arrobas. Têm o focinho como o de boi e dois cotos com que nadam à maneira de braços. As fêmeas têm duas tetas, com o leite das quais se criam os filhos. O rabo é largo, rombudo, e não muito comprido, não têm feição alguma de nenhum peixe, somente na pele quer se parecer com toninha
      Em História da Província Santa Cruz escreveu que depois que o pau da tinta começou a chegar ao reino chamaram de Brasil à província de Santa Cruz e que chamaram de Brasil por ser vermelho e ter semelhança de brasa e daqui ficou esta terra com este nome. Morreu em Portugal, em local incerto.
 Sabe-se pouco sobre Pero de Magalhães de Gândavo. Nasceu em Braga, norte de Portugal, a cidade da antiquíssima Sé. Tem este nome porque sua família veio de Gand, próspera cidade flamenga de Flandres (hoje Bélgica). Foi amigo de Luís de Camões. Era latinista. Escreveu uma gramática com regras da língua portuguesa.
    Pero teria estado no Brasil na década de 1560. Em 1576 entregou a uma tipografia o que foi a terceira e definitiva versão de "História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil". Esta obra é considerada a primeira sobre a história do Brasil. Nome que, aliás, detestava, por julgar sua referência à mera tintura.
    Escreveu o Tratado da Província do Brasil e o Tratado da Terra do Brasil com a finalidade de estimular a emigração portuguesa. Os dois textos foram reunidos mais tarde na História da Província de Santa Cruz.
Gândavo é o primeiro a falar em cabreúvas, árvores perfumadas, e no caju, fruta de "muito sumo" e que se come "pela calma (hora da sesta)". Descreve a banana trazida da ilha de São Tomé, que tem a feição de pepinos e uma pele ainda mais dura do que a do figo. É "mui saborosa" mas quem "se desmanda nela" está sujeito a danos à saúde e febre. Evita gratuidades. De cada coisa que descreve fala de sua utilidade.
Os bichos são curiosos e assustadores. Chama onças pintadas de "tigres", espanta-se com tatus, tamanduás, capivaras e macacos com barbas de homem. Os anapurus, papagaios multicoloridos descritos também por outros viajantes, eram abundantes. Sumiram.

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